domingo, 5 de fevereiro de 2012

Dia 7

"O" dia!
Devo dizer que, desde meu primeiro dia no Atacama, temi esse último (ou penúltimo, considerando que eu voltaria a Santiago no oitavo dia). Acontece que no primeiro dia, quando fomos escolher os passeios da semana, meu pai perguntou à guia se havia alguma trilha mais exótica, quem sabe numa montanha... e ela respondeu que havia o Cerro Toco.
Cerro Toco é um vulcão inativo de 5600m. A ideia era subir até seu cume, mas a guia nos avisou que
1 - não é recomendável que levemos crianças, pois os pulmões ainda não estão bem formados e podem não suportar a falta de ar.
2 - não lembro o que eu ia escrever aqui. Quando eu lembrar, edito o post.
Enfim, eu não estava certa de que queria ir. Estava receosa, ainda mais porque a galera do hotel faz um certo terrorismo sobre esses passeios mais "exóticos". A impressão que eu tinha (inclusive lendo depoimento de quem já subiu o vulcão) era que minha cabeça ia explodir, e eu vomitaria ou coisa assim. Além disso, sou absurdamente sedentária, e o passeio a cavalo no sexto dia me deixou dolorida o bastante para achar que não caminharia direito. Até o momento em que eu fui à recepção, na manhã do sétimo dia, para encontrar o resto do grupo que subiria o Cerro Toco, eu estava receosa.
Quando os encontrei, fiquei mais ainda.
Pra começar, eu não fui ao deserto no verão esperando um clima glacial, então não tinha calças de neve ou escalada (o que todos os outros estavam vestindo). Eu usei jeans, com uma underwear simples por baixo. Outro problema é que eu não tinha luvas decentes, e isso acabou provocando um chilique mais tarde. Mais acho que o pior problema foi quando o guia homem (eram um homem e uma mulher) me falou um monte de coisa que eu não entendi e depois fez cara de "isso não vai dar certo".
Tanto faz. Eu já estava lá; liguei meu modo Kamikaze e fui até o fim.

Essa foi nossa primeira parada, a 5000m, apenas para nos certificarmos de que estávamos bem. Nesse ponto, explicaram que tem um povo que já passa mal, vomita, etc. Eu confesso que ainda não sentia tanta diferença.
- Um detalhe relevante: literalmente comi folhas de coca e bebi chá de coca no café da manhã. Isso facilita um pouco o transporte de oxigênio no sangue, acelera o coração, essas coisas. Eu NÃO deveria ter comido as folhas, mas comi mesmo. Modo kamikaze é modo kamikaze!
Acontece que, ao chegar nos 5000m, eu precisava ir ao banheiro. Só que não há banheiros ali, só há pedras. Então minha dica é: não beba tanto chá quanto eu bebi.


ESSE é o guia que me aterrorizou de manhã (e também mencionei-o no post anterior). Sim, ele é feio. Sim, eu ainda rio toda vez que lembro do meu diálogo brilhante com ele no final do passeio.
Enfim, começa a subida.
O carro nos deixa um pouco acima de onde estávamos, e com vista para telescópio-antenas do projeto ALMA.

Essa sou eu, numa das únicas fotos minhas que ficaram razoáveis nessa viagem, e logo atrás está a nossa guia. Ela guiava o grupo mais adiantado, no qual estavam eu, meu pai, uma brasileira e seu namorado/marido/noivo/amiguinho argentino.


Falando que éramos mais adiantados, parece até que éramos os mestres da montanha; pelo contrário, a cada 20 passos tínhamos de parar para respirar. Era como se tivéssemos acabado de correr uma maratona. Com o tempo, a respiração foi ficando mais fácil, mas o início estava bem difícil.

Não cheguei a passar mal ou sentir dor de cabeça enquanto estava lá, mas às vezes ficava ligeiramente tonta. Acho que parte do segredo está em respirar fundo -- e isso eu tiro de letra, graças ao Animal Planet! Quando eu era pequena, vi que tartarugas têm vida longa por respirar bem devagar, e desde então me acostumei a respirar realmente fundo e devagar. Obrigada, infância.
De quando em vez, os guias se falavam por rádio, para conferir se estava tudo bem com os turistas... até que de repente começa a tocar Michel Teló. Eu normalmente acharia isso cretinagem, mas na ocasião foi mesmo engraçado. Dançamos (em ritmo de lesmas) para os retardatários lá embaixo, e depois seguimos o caminho. Foi por aí que pensei em como minha madrasta se sentiria se estivesse ali. Com meio passo ela diria "Desisto. Não quero morrer. Tenho filhos pra cuidar."
Algumas pedras escorregavam, principalmente quando tinha gelo, mas aqueles "pausinhos" ajudam bastante (me refiro às bengalinhas como as de esqui. Não me lembro o nome disso).


Andamos, andamos, blah blah blah, a fome começou a bater fortemente, e então...

TADA! O cume! O cume era grande, como diz meu hilário pai.


Lanchamos, conversamos, etc... Então entra em prática meu plano fofo.
Acontece que, em um dia, eu completaria 6 meses de namoro com meu namorado (não me diga!), e obviamente não estava com ele pra comemorar... nem tinha presente pra dar. Então pensei: porque não subir o vulcão de 5600m e erguer uma placa dizendo que eu o amo? Se ele não me vir do Brasil, ao menos verá as fotos.

Daí começaram meus problemas reais. Apesar de não ter dor de cabeça, eu tinha luvas fracas, e não sou tão resistente quanto o argentino maluco que subiu sem luvas. Minhas mãos são naturalmente frias, e não precisam de muita ajuda pra congelar. Em pouco tempo, eu estava abrindo e fechando os dedos com dificuldade.

Começamos a descer a montanha. Não passaram 5 minutos até que minhas mãos começaram a ficar roxas e doer a ponto de meus olhos marejarem, e eu desisti de descer. Empaquei. Meti as mãos dentro do casaco, mas elas não esquentavam. Para eu quase chorar com alguma dor física, essa dor precisa ser forte...
Daí meu pai me deu as luvas dele, mas não adiantou muito. Foi o guia que me trouxe umas 50 luvas, me mandou botar as mãos nos bolsos e disse:
-- Agora você vai descer sem os "pausinhos".
Daí ele saiu literalmente correndo. Beleza. Xuxu. Eu que me vire pra não escorregar no gelo.
Mas eu desci direitinho, de verdade. Minhas mãos demoravam pra esquentar, mas eu não cheguei a cair ou escorregar muito fortemente. Foi muito mais fácil e rápido que a subida, e acabei sendo a primeira a chegar lá embaixo, junto a meu pai.
Aí começou meu maior desafio: falar espanhol.
Meu pai foi usar o banheiro (pedra), e eu continuei tentando esquentar minhas mãos. Me chega o tal guia e pergunta se eu gostava de Britney Spears. Eu disse que não, e ele perguntou do que eu gostava então. Meu cérebro formulou a resposta em 81798 idiomas diferentes, mas não em espanhol.
-- Eu... I mean... jo... não, não, calma. Ich l... casseta! Ahm... ha ha ha... ha... eu-gos-to-de-rock, you-know.
-- Arctic Monkeys?
-- Meh.
-- ACDC?
-- Meh.
-- Iron Maiden.
-- Ya ya! System of a Down!
-- Ah, fui a la show!
-- Caramba! And do ya know Rammstein?
-- Si, muy bueno!

Falou em Rammstein, tocou minha alma.
E foi ao som de Oomph e Rammstein que terminei meu dia no hotel, descansando, escrevendo, preparando a tirinha que eu mandaria pro meu namorado no dia seguinte como presente de 6 meses. Engraçado que foi no fim da tarde que bateu a dor de cabeça, e eu só queria poder dormir por 50 horas.
Não dormi, mas tudo bem.
Nos próximos posts: detalhes extras, dias em Santiago, críticas que não posso deixar de fazer e mais algumas coisas não muito importantes.
Inté!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dia 6

Afinal, contando com o primeiro e o último dias inúteis, foram 8 dias no Atacama. Legal, agora até o nome do blog está errado. Palmas para mim!
Mas indo ao assunto do post: nosso sexto dia de deserto foi muito legal; não por termos visitado um lugar muito estranho, nem por ter visto coisas loucas, mas sim por ter cavalgado. Eu sou particularmente apaixonada por cavalgar, e é triste lembrar que sou leiga na atividade.

Na foto estamos eu, Lucca, e nosso fiel companheiro Tonto, que na verdade era muito esperto: repare em como ele seguiu todo o trajeto conosco pelas sombras dos cavalos. Foram o Tonto e mais dois cães no seguindo pelo caminho, e nosso destino era o Vale da Morte.
Eu esperava encontrar alguns corpos mumificados, mas não vi muita coisa além de areia e gente praticando sandboard. Meu pai sugeriu que experimentássemos sandboard também, mas eu torci um pouco o nariz diante da possibilidade de cair rolando naquela areia fervente, com o risco de come-la.





Esse guia também era simpático. Na verdade, não saímos com 1 guia que não fosse simpático, e isso é bem legal... ao menos para mim, é sinal de que o povo lá é feliz. Quer dizer, você percebe quando alguém está feliz e quando está meramente cumprindo seu dever como guia. Lá, a galera era feliz mesmo.

Mais legal foi quando, após termos parado sobre uma duna para beber água, eu tive certos problemas para guiar minha égua junto aos cavalos do grupo. Fiquei para trás, até que notei que o guia estava falando algo, e parecia ensinar o Lucca a segurar direito as rédeas. Com meu PhD em espanhol, eu entendi tuuuuudo que o guia falou, e estava me perguntando "mas o que..." quando, de repente, os cavalos da frente começaram a correr... e minha égua foi junto.
Não lembro de ter levado um susto tão grande recentemente. Descendo e subindo aquelas dunas a galope, senti que ia cair a todo momento, principalmente porque não estava avisada. Mas foi muito legal, muito mesmo. Então aí vai minha dica: acompanhe o grupo, ou se prepare para corridas-surpresa.
Depois da cavalgada, meu pai ainda queria caminhar sei lá por qual trilha, mas ninguém animou. Francamente... no dia seguinte subiríamos um vulcão de 5600m, e já bastava a dor na bunda que a cavalgada deixaria. Aproveitei o resto do dia para escrever algumas páginas do meu livro, mas estava tendo um problema: faltava um personagem. Algum elo estava perdido, e isso é bem frustrante para o escritor.
Até amanhã... e obrigada por ler o blog.

Dia 5

No post do dia 3 já está explicado o motivo pelo qual "pulei" o dia 4. Só estou consertando minha matemática maravilinda aqui. Sou tão genial que não consigo nem contar os dias...
Mas ok. Nosso quinto dia não foi nada mau. Na verdade, foi bom até demais. É claro que pra compensar o lado legal da coisa, precisava ter um lado irritante: acordamos às 5 da manhã para ir de furgão até os Geisers del Tatio.
Para quem não sabe, Geiseres são essas coisas aqui:

São como mini-vulcões de vapor quente. Soltam esse vapor (alguns até borbulham a água) quando a pressão embaixo da terra está grande demais. Isso só acontece quando está muito frio do lado de fora (por isso tivemos de ir tão cedo), pois quando o clima esquenta, a pressão atmosférica muda e as coisas se regulam um pouco.
Ver os geisers é muito viajante, mas o legal mesmo foi ver nosso café da manhã sendo esquentado:

Os geiseres estão a mais de 4000m acima do nível do mar, o que é uma altitude razoável, e já provoca tontura em algumas pessoas. A menina de 10 anos que estava com a gente desmaiou lá, e o Lucca ficou bem sonolento -- uma combinação da altitude com o fato de ter acordado cedo demais. Eu, a Flávia e meu pai não sentimos diferença, o que pra mim foi uma ótima notícia e um grande incentivo para o que me aguardava em meu último dia no Atacama.




Pra irritar meu namorado, eu preciso dizer que foi nesse passeio o meu primeiro contato com o guia mais legal de todos. O motivo dele ser legal será explicado no último dia; por enquanto fica claro apenas que, se eu tivesse uns 30 anos e um pouco menos de exigências... brincadeira. Prefiro meu momo mesmo <3
Depois de visitar as duas galerias de geisers e ter meus pés congelados, voltei ao furgão e... precisei esperar mais uns bons 10 minutos para conseguir ir ao banheiro. A fila estava enorme. Mulheres... deve ser por isso que gosto de homens.
Depois de ir ao banheiro, passamos por uma espécie de laguinho cheio de patos:

Não sei porque eles carregavam esse mato. Depositavam-no em lugares aleatórios, aparentemente sem motivo nenhum. Sei lá.
Depois da lagoa dos patos, fomos a uma vila que tem a surpreendente população de três habitantes fixos. É. Dá pra imaginar o motivo para termos de pagar até para ir ao banheiro... ou para tirar fotos com a lhama:

Eu não gosto muito dessa coisa de deixar o bicho preso o dia todo pra tirar fotos, e sinceramente fiz o possível para não incomodá-lo: quando cheguei perto, essa lhama (lindinha demais) estava meio receosa, e preferi deixar que ela se acostumasse comigo antes de fazer carinho. Assim que tirei essa foto, vieram três mulheres brasileiras e tremendamente tapadas que agarraram, as três de uma vez, a pobre lhama que não pôde fazer nada além de tentar correr para todos os lados. Turista sabe ser retardado.

Mas eu não posso falar muita coisa, já que é difícil encontrar brasileiro que fale (ou entenda) espanhol pior que eu. A única vez que me aventurei a falar algo além de "gracias", "si", "no" e "tiene jugo?" foi no meu último dia no deserto, e foi bem, BEM desastroso. Mas acabou virando motivo pra eu rir quando lembro, então tanto faz.
Aqui estão mais algumas fotos da pequena vila:



Isso é uma vicunha, parente das lhamas. Assim como as primas, vicunhas são organizadas e usam todas o mesmo banheiro! Achei isso tão legal que, em geral, é a primeira coisa que conto quando me pedem para dizer como foi a viagem.
Como o passeio durou mais de 6h, não pudemos fazer outro à tarde, e passamos o dia duro e infeliz sofrendo no hotel.

Bye bye, até o próximo post!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dia 3 (pseudo)

Hey there!
O terceiro dia de viagem é, na verdade, o quarto -- descobri que estou contando errado. O primeiro dia foi o dia em que chegamos, comemos, dormimos e não fizemos mais nada porque não dava tempo. O dia 1 na verdade foi o dia 2, e por aí vai (eu sabia que tinha algo errado nessa conta! não sabia se faltavam dias ou se faltavam fotos. Problema resolvido!)
Enfim, nosso terceiro/quarto dia foi bem tranquilo pra todo mundo, mas confesso que pra mim foi hardcore: um passeio de bicicleta até as Lagunas Cejar, que são lagoas de água tão salgada que fica difícil afundar (mais ou menos como no mar morto).

O passeio em si é bem fácil. Não foram mais de 20km de pedalada e não há curvas na estrada. O mais chato que você pode encontrar lá (e foi o que complicou minha vida) são a areia e as tais costelas de vaca na pista. Na areia eu nem consegui andar direito, e precisei descer da bicicleta duas vezes. Mas também... era a primeira vez que eu andava de bicicleta em um ano e, acredite, a pedalada anterior teria sido um desastre completo não fosse pela história pra contar.

Na foto estão o guia, o Lucca e eu, em minha mais sensual pose de velho barrigudo. A verdade é que meu humor não estava dos melhores, principalmente porque já era a vigésima vez que meu iPod caía do bolso.

No mesmo lugar, nós e a família legal que nos acompanhou na maioria dos passeios. Percebe-se que a minha madrasta não foi conosco dessa vez -- existe alguém no mundo que pedala pior que eu.
Enfim, chegamos às lagunas, nadamos e bla bla bla... menos o Lucca, que demorou milhões de anos para criar coragem de cair na água (sim, Lucca, você ainda será muito sacaneado por isso).


Meu humor já não era dos melhores por causa da bicicleta, mas acabou piorando por causa do sol. Se tem uma combinação que eu detesto é água + areia + sol, exatamente o que tínhamos ali. E sinceramente? Eu não tenho nenhum problema em deixar explícito que eu não gosto dessas coisas, sou péssima atriz de toda forma.
Voltamos ao hotel na hora do almoço, e durante a tarde tivemos outro passeio.
Dessa vez, fomos de furgão até um canion/kanion (não sei como se escreve). O fato é que é uma grande fenda no meio da terra plana, e não sei quem foi o doente mental que descobriu que há piscinas de água quente lá embaixo, aquecidas pelo mais avançado sistema vulcânico da região. É claro que hoje há uma estrada que permite a chegada de carros até as piscinas, mas ainda não sei como faziam pra descer antes disso.


Confesso que eu também não teria achado esse passeio grandes coisas não fosse pelos peixinhos que vivem na lagoa.

E aqui acaba o pseudo dia 3!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dia 2

Bom dia!
Eu não sei se escrevi sobre isso, mas assim que chegamos no hotel, fazemos uma lista de passeios desejados para cada dia, e em cada manhã há um mural estampando que passeios estão marcados para quem. Nessa manhã estava escrito Lagunas Altiplanicas, quarto 18 (o nosso).
Não foi só o quarto 18; também fomos acompanhados por um simpático casal de brasileiros na mesma vã, e em um carro separado foi uma dupla americana que implicou conosco (suponhamos que seja um casal gay, mas nunca se sabe). Eles haviam implicado no dia anterior porque enquanto o guia explicava as coisas em inglês, meu pai traduzia para o Lucca, e isso era "irritante demais". Sem falar que um deles estava vestido como se fosse ao shopping; o outro, como se fosse ao trabalho. A única explicação:

Mas voltando ao passeio, fomos dessa vez guiados por Pamela, a simpática guia que já não parecia estar com um grupo de alunos da primeira série. Ficamos um bom tempo no furgão até chegarmos no primeiro ponto turístico, o caminho inca.

Francamente? O caminho inca é só um caminho com esse negócio de metal que marca algum meridiano, mas não me lembro qual. Também não me lembro pra que os incas usavam esse caminho, mas provavelmente era para algum ritual sagrado. Uma nota digna de destaque: esse caminho é original, nunca foi reformado ou reconstruído por nenhuma criatura moderna. Exceto pelas pedras que os turistas gostam de empilhar (e a Pamela derrubou várias), o caminho continua intacto desde a época dos incas.
Depois, voltamos ao carro, paramos em um pequeno restaurante em uma minúscula vila para marcar nosso almoço, seguimos com o carro e encontramos isso:

Lhamas!
Lhamas, lhamas e muitas lhamas!
Mas essa foi só uma parada para tirar fotos. Nosso destino real era esse aqui:

Lagunas altiplanicas. Duas lagunas de água doce onde não se pode nadar, pois é só ali que vive um tipo de alga que serve de alimento para aves ameaçadas de extinção. É ali, também, que vive outra planta rara e ameaçada, do tamanho do meu polegar.
O que realmente é:

O que eu vejo:

E aqui estão mais algumas imagens das lagunas:



Como esse foi um passeio que durou 6 horas, o hotel não nos permite fazer outro. Almoçamos naquele mini restaurante daquela mini vila (foi a única vez que comi carne vermelha nessa viagem), tiramos fotos naqueles pontos turísticos que todo mundo tira (igrejinha, bla bla bla) e voltamos de carro a San Pedro. O legal foi quando fomos a uma loja comprar lembrancinhas (eu comprei um gorro de duende) e meu pai tirou da carteira algumas notas de Reais junto a Pesos. A guia e a lojista ficaram "OMG OMG REAIS!! OLHA QUE LIMD!"
Adoro quando isso acontece. Me sinto exótica, quando na verdade nada é mais exótico do que o lugar em que estou.